A Incerteza do movimento de uma bola Oval
"¿Qué clase de mundo es éste que puede mandar máquinas a Marte y no hace nada para detener el asesinato de un ser humano?" José Saramago
Domingo, 31 de Janeiro de 2010
Ministério da Educação e o paradigma da aritmética do sucesso...
Via DN: «...De acordo com os críticos, Portugal só dá apoio a 2% dos alunos, quando as médias internacionais apontam para 8% a 12%. "É impossível que o nosso país só tenha 2,6% de alunos com necessidades educativas especiais", afirma Miranda Correia, do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho. "E são contas com consequências: nos EUA, os governos federais dão 15% a 18% das verbas do ensino para a educação especial. Nós damos 3,4%."»
O Ministério da Educação continua na senda pela busca dos melhores resultados escolares. Este esforço resulta de uma politica escolar com forte pendor administrativo e menos executivo. Dizem os entendidos que o sucesso desta politica resulta de menos esforço educacional, de notas mais facilitadas, de testes e provas com niveis de dificuldade menos exigentes, menos investimento em conteúdos programáticos, e de entre outras causas, também das estatisticas que chegam a Bruxelas.
A noticia deste desinvestimento numa área tão critica como é a nossa «escola», vem de em contra com a politica dos baixos custos e orçamentos reduzidos.
Ao não apoiar crianças e jovens que demonstram dificuldades ou menos condições na progressão escolar, estão em primeira análise a incentivar ao fracasso e ao abandono escolar a curto prazo. Em resultado deste estado de coisas e alterando as «metas e estatísticas» da tutela, o inevitável e continuar-se a acentuar o espirito do facilitismo.
Somos reconhecidamente um país muito mal preparado em termos desta temática escolar. Os licenciados são formados em áreas muito genéricas e de pouco pendor científico. Formamos ás carradas todos os anos, advogados, jornalistas, professores e licenciados em outras áreas que pouco servem, e que em muitos dos casos formam-se homens e mulheres para serem «caixas» no Continente.
O Ministério da Educação, é gerido por caciques e técnicos sentados atrás da secretária. Não se sente nesta gente decisora pensamento e pulso estratégico.
Os governantes estão a esquecer que esta área é por demais sensivel e preponderante para o futuro e desenvolvimento do país. Um país que não consegue formar técnicos e especialistas em áreas de grande desenvolvimento e especialização técnica, está a adiar o seu progresso. Por outro lado, os «cérebros» que formamos acabam por serem desviados para o estrangeiro, onde a capacidade de investimento e progressão é constantemente maior e melhor.
Imagino um país evoluido, em que os seus centros de decisão são acompanhados por homens e mulheres com visão futurista, com reflexão filosófica e de iniciativas de médio e longo prazo. Imagino um país, com um homem como o saudoso Agostinho da Silva a pensar os dias futuros, um homem que como ele conseguiu anunciar a necessidade do «despertar do Ser em detrimento do ter.»
Falta-nos algo. Falta construir de raiz os imperativos éticos da nossa sociedade. Falta decidir por que imagem vamos navegando, por que experiências e sentidos vamos caminhando e em que pilares estaremos assentes.
Estamos num barco chamado Portugal, temos um bussola, um leme e força de braços. Vemos a praia ao longe, vamos navegando à vista das areias e das palmeiras dessa praia, aqui e ali nos esquecemos que ao chegar à praia o chão é baixo e corremos o risco de encalhar nas rochas encobertas pela espuma do rebentamento das ondas, ou então, não sabendo controlar o rumo pelos ventos, nos afastamos de bom porto.
Falta neste país, um farol, um capitão de consiga navegar em águas distantes, que como outrora mesmo enganado e indo em direcção a um qualquer propósito consiga conquistar os designios mais valorosos.
Falta alguém que queira correr riscos.
Metallica - Chile
Sábado, 30 de Janeiro de 2010
Invictus - 1995 Final Campeonato do Mundo na África do Sul
Reforma em Espanha
Qualquer dia proibe-se a morte, ou adia-se o fim das forças por decreto ministerial.
Na Espanha pondera-se o adiamento da reforma, passando dos 65 para os 67 anos de idade. Retira-se assim às pessoas o dever de repousar depois de uma vida de trabalho.
Qualquer dia proibe-se a morte. Qualquer dia os centros de dia e lares da terceira idade, passam a receber os idosos em regime de part-time.
Via Jornal de Noticias: «...O Executivo espanhol está a ponderar passar a idade de reforma para os 67 anos de idade, a partir de 2013. Segundo o ministro espanhol do Trabalho, Celestino Corbacho, esta medida será implementada de forma gradual nos próximos três anos, pois Espanha vive “um momento de ajuste da Economia e do Emprego”. Actualmente, a idade de reforma em Espanha é igual à praticada em Portugal, ou seja aos 65 anos, mas ao que tudo indica, todos aqueles que nasceram após 1959 e trabalham no país vizinho só se poderão jubilar aos 67 anos.
Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010
CREL... chamem o Bob o construtor
Noticia do DN: «....Uma semana após o deslizamento de terras que provocou o corte da CREL (Circular Regional Exterior de Lisboa) foram retirados mais de 2500 camiões de terra do local, o equivalente a mais de 50 mil metros cúbicos. Mas para limpar a zona entre o túnel de Carenque e o nó de Belas, onde se deu a derrocada, estima-se que tenham de ser retirados entre 500 a 600 mil metros cúbicos de terra. "Desde o primeiro dia, há 60 camiões a trabalhar 24 sobre 24 horas", para acelerar as operações...»
Chamem o Bob o Construtor ou uns quantos super heróis da Marvel. Passam-se os dias e Lisboa está cercada de filas intermináveis de carros para aceder ao centro da capital.
Aconteceu é certo um enorme e monstruoso deslizamento de terras, mas está ser dificil compreender como é que a intervenção não está a ter resposta compativel com a necessidade imediata de resolver este problema.
Se tivesse caído o tabuleiro de uma das pontes sobre o rio Tejo, se tivesse desabado o tunel de Carenque, se tivesse sido destruida as represas de uma barragem, mas o que aconteceu foram que terras deslizaram para dentro de uma auto-estrada. Os técnicos avaliam que estão deslocadas 600.000 metros cúbicos de terras. Nestes dias foram retirados cerca de 50.000 mts3, transportados em 2.500 camiões. Por estas contas ainda só foram removidos 1/12 de todo o entulho e que talvez só para limpeza teremos que esperar aproximadamente mais 12 vezes o tempo que já decorreu sobre o dia do evento. Depois terão que ser reparados e reconstruidos toda a área atingida.
Digamos que lá para o verão, depois do pessoal ir de férias para o Algarve, alguns já possam usar a Crel.
Portagens, mais uma vez
Via TSF - «...O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, que organiza hoje o protesto contra o aumento das portagens na A2 e na A12, não exclui que o “buzinão” se possa transformar em marcha lenta.
Dezenas de automobilistas concentram-se, esta sexta-feira, em Setúbal, numa acção de protesto contra o aumento das portagens dos sublanços Palmela--Nó de Setúbal (A2) e Montijo-Pinhal Novo (A12)....»
Meritória esta atitude de revolta e protesto contra os aumentos das portagens na A2 e A12, em sub-lanços que mais penalizam os habitantes da margem sul, onde residem os camelos e existe um deserto.
O estranho acidente geográfico, chamado rio Tejo, que divide o mundo ocidental de Marrocos, custa uma fortuna ao longo dos tempos, para quem se desloca todos os dias para trabalhar em Lisboa.
Mais uma vez, e também de todas as outras vezes que se contribui para esta causa, pergunta-se porque é que existem portagens, quando para mais não é norma a nivel nacional. Veja-se o caso do Porto.
O governo em vez de inventar um TGV em direcção a Madrid, porque é que não pega numa carrada de máquinas das obras e obre umas valas desde Santarém até Espanha, desviando o rio para essas paragens. Assim à saída do Samouco em direcção à Expo era só deixar secar o lodo do rio desviado e asfaltar com 2,5 quilos de brita e alcatrão. O mesmo se podia fazer do alto do Pragal, ao lado da estátua dos eternos braços abertos em direcção a Belém.
«Caderno de Saramago» - Uma Jangada de Pedra a Caminho do Haiti
Uma Jangada de Pedra a Caminho do Haiti
As minhas palavras são de agradecimento. A Fundação José Saramago teve uma ideia, louvável por definição, mas que poderia ter entrado na história como uma simples boa intenção, mais uma das muitas com que dizem estar calcetado o caminho para o inferno. Era a ideia editar um livro. Como se vê, nada de original, pelo menos em princípio, livros é o que não falta. A diferença estaria em que o produto da venda deste se destinaria a ajudar as vítimas sobreviventes do sismo do Haiti. Quantificar tal ajuda, por exemplo, na renúncia do autor aos seus direitos e numa redução do lucro normal da editora, teria o grave inconveniente de converter em mero gesto simbólico o que deveria ser, tanto quanto fosse possível, proveitoso e substancial. Foi possível. Graças à imediata e generosa colaboração das editoras Caminho e Alfaguara e das entidades que participam na feitura e difusão de um livro, desde a fábrica de papel à tipografia, desde o distribuidor ao comércio livreiro, os 15 euros que o comprador gastará serão integralmente entregues à Cruz Vermelha para que os faça seguir ao seu destino. Se chegássemos a um milhão de exemplares (o sonho é livre) seriam 15 milhões de euros de ajuda. Para a calamidade que caiu sobre o Haiti 15 milhões de euros não passam de uma gota de água, mas A Jangada de Pedra (foi este o livro escolhido) será também publicada em Espanha e no mundo hispânico da América Latina – quem sabe então o que poderá suceder? A todos os que nos acompanharam na concretização da ideia primeira, tornando-a mais rica e efectiva, a nossa gratidão, o nosso reconhecimento para sempre.
Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2010
Navio Escola Sagres
O Navio Escola Sagres continua na sua 3.º viagem de volta ao mundo.
No site da RTP, está o link para o Diário de Bordo
Expo 2010 - Shanghai
Portugal vai estar presente na Expo 2010 em Shanghai.
Aqui o link para o site.
José Saramago - "A Caminho do Haiti"
Depois do Bobby e do Tareco.... eis Ruben Micael
As ilustres companhias de Pinto da Costa, o Bobby e o Tareco têm agora um novo amiguinho. O recem contratado Ruben Micael ao Nacional da Madeira, assume a voz e as ordens do dono.
«Oportunamente» lembrou-se de uns supostos acontecimentos da visita ao Nacional à Luz. Já se fala num milagre médico e de uma cura sem precedentes na «estória» das amnésias.
Via Expresso: «..."Aparentemente recuperou de um período prolongado de amnésia no preciso momento em que passou a fazer parte do plantel do FC Porto. Já esta a justificar a contratação, infelizmente pelos piores motivos. As pessoas têm memória e sabem o porquê da coincidência desta declaração agora", disse à agência Lusa uma fonte do Benfica...»
Futebol e futeboladas....
Pelas terras lusitanas, o futebol continua na sua senda em direcção ao abismo. Agora as noticias de um alegado suborno em desfavor do S.L. Benfica, por intermédio de um empresário a mando do S. Braga.
As próximas semanas serão impróprias para cardiacos, quer pelos acontecimentos em campo, como pelos acontecimentos desde os tuneis até onde a bola chegar.
Via I Online: «...Os três capitães do Leixões contactados pelo jornal confirmaram terem sido aliciados por Jorge Teixeira para vencer o Benfica - que acabaria por golear o clube de Matosinhos - e receber dinheiro do Sp. Braga, mas António Salvador assegurou que não conhece Teixeira e avançou com a queixa-crime...»
Domingo, 24 de Janeiro de 2010
Favores politicos
O animal politico lusitanos bem que pode ser uma especie a ver estudada numa universidade qualquer deste mundo ou num laboratório forense. Nos dias que agora correm, destas folhas do calendário de 2010, o governo e a opisição à direita andam em encontros formais, reuniões, consultas e afins, com vista à mais que encomendada aprovação do orçamento de estado.
Do lado da esquerda parlamentar, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista foram logo à partida excomungados de qualquer acordo. Não ficaria bem ao PS, aprovar um orçamento de estado revolucionário. O que diria a banca, as instituições internacionais, o patronato.
Então o CDS de Paulo Portas e o PSD de Manuela Ferrreira Leite e de mais não se sabe quem, preparam o favor.
Via TSF: «...«O que vou propor ao grupo parlamentar do CDS é uma abstenção construtiva», disse Paulo Portas, em conferência de imprensa na sede do partido.» e ainda, via TSF: «...
A líder social-democrata Manuela Ferreira Leite afirmou, este domingo, ter recebido «muito boas indicações» sobre a proposta do Governo para as contas públicas de 2010.»
Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2010
Haiti - Uma semana depois...
Relatos de sobreviventes, de motins, de desgraça, do inferno na terra ensombram as noticias de todo o mundo.
Milhares e milhares de pessoas, centenas de milhares de pessoas, deambulam pelas terras revoltas depois do sismo e das consequentes réplicas. A assistência médica, a assistência alimentar, a segurança, a recuperação psicológica de um país demoram a acontecer.
O mundo ocidental, que rapidamente se prestou em auxilio, não consegue coordenar a mais básica filosofia de organização após uma catástrofe. Os planos de emergência naquele país não existiam e nínguem de fora consegue implementar.
Uma semana depois e dezenas de milhares de mortos enterrados em valas comuns, como se de uma guerra mundial se tratasse, impera o caos. Uma semana depois, a morte lenta e agoniante, vagueia pelas ruas...
BPN - CGD - Alguém pagará a conta
Começa a ser levantada a ponta do véu. O CEO da CGD, Faria de Oliveira, já fala em numeros injectados pela Caixa no BPN, qualquer coisa como 4.200 milhões de euros. Também já referere em público que alguns custos para o estado.
No final das contas, quando for reprivatizado e alguma entidade pegar no BPN, no saldo do deve e haver... deverá haver muito prejuízo para o erário público.
Via Público - “Se a operação vai ter custos para o Estado, só no final do processo de reprivatização de saberá. Não tenho muitas dúvidas de que alguns custos terá, mas esse é o custo aceitável de evitar uma situação de risco sistémico”, afirmou o presidente da CGD.