Esta é uma das futuras guerras que Cavaco Silva quer lançar. Depois da aprovação no parlamento, e do Tribunal Constituicional ter validado a lei, eis que vem a lume a possibilidade de Cavaco Silva vetar a lei, obrigando o diploma a nova apreciação e negociação/votação no parlamento.
É uma questão «pornográfica», em que a acontecer e a ser verdade o veto, o Presidente da Republica decide quebrar a linha da evolução social que esta lei iria permitir.
O PR envia para o Tribunal Constitucional o decreto-lei que viabiliza o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo com o propósito de verificar a sua constitucionalidade.
Do mesmo decreto, extrai-se a prorrogativa de ser proibido a adopção de crianças por «estas pessoas estranhas que casam com outras do mesmo sexo»... digo eu.
O PR, quer assim, ver se ainda existe alguma réstia de esperança na inconstitucionalidade da lei. Logo à partida ele não terá dúvidas quanto à questão da adopção.
Se o TC verificar a legalidade da lei, o que acontece na nossa sociedade é mais uma aberração legalizada.
Não é estranho que dois homens ou duas mulheres confirmem civilmente o que na prática fazem às claras, com a partilha de bens, de cama e mesa. O estranho é a existência de divórcios de casais de sexo igual com o intuito de passarem a serem reconhecidos como legalmente capazes de se candidatarem a um processo de adopção, estando divorciados, já que casados não será por agora possível. São os tempos da mentira.
A veia do PR mais uma vez foi posta a nu. É a sua linha orientadora.
Casamento Gay - Uma bola de neve
Esta temática arrasta consigo vários sub-temas. Da união de facto, da procriação, do envelhecimento da população pela união de pessoas do mesmo sexo, da lei da adopção, e outras mais, que sendo laterais ao tema, vêem inundar e consporcar o cerne da questão.
O que está em causa é o principio da união civil, reconhecida e aceite pelo estado, conferindo-lhe deveres e garantias. Homens e mulheres livres de se unirem legalmente e assumirem uma relação legal, tal qual um casamento.
Depois, dentro de portas, cada um ou cada casal, se entendam e façam o que melhor para as suas vidas lhes apatecer. Este, também parece ser um propósito para os casamentos ditos convencionais.
Depois vem a «igreja», um estado dentro de outro estado. É bom que tenha voz própria para decidir com base na sua doutrina sobre a imoralidade desta questão. Lamenta-se que a mesma doutrina não julgue e recrimine com a mesma veemência questões imorais que proliferam nas uniões entre pessoas de sexo diferente (leia-se o flagelo da violência doméstica).
Outro tema associado ao casamento gay é o papão da adopção.
A «igreja» alerta para «.... as coitadinhas das crianças que possam crescer sob um tecto ou numa familia composta por 2 pais ou 2 mães.» Tecto esse que pode ser composto de todos os requisitos fundamentais para a educação de uma criança. Mas como as mentes «inquietas» acham que 2 gays ou lésbicas são aberrações de um circo, levantam ao alto as mãos e atiram-se pedras aos impuros e às meretrizes.
As questões laterais são delicadas, mas o fundamental e que vai para além do casamento enquanto acto reconhecido, é a nossa mais que centenária incapacidade para abordar as questões controversas e as lutas dos nossos pensamentos, compostos por impertivos morais ou imorais.
Segue a demonstração da incapacidade de um povo, na minha mui util opinião, de ajuizar sobre um tema.
As palavras do Presidente da República são um exemplo disso.
«...Cavaco Silva defendeu a importância da família tradicional, invocando a sua experiência de pai e avô...» e mais isto «Neste momento, o número de filhos por mulher em Portugal é 1,35. Para conseguir uma reconversão de gerações é preciso dois filhos por cada mulher...» ou até isto «...Se não existem crianças, nós avançamos rapidamente para o envelhecimento da população e todos sabemos que a consequência do rápido envelhecimento da população é um baixo crescimento económico e uma grande dificuldade em satisfazer os apoios sociais aos mais idosos»
O que é que a quantidade de crianças tem a ver com o casamento gay?
O que é que a procriação ou a quantidade de mulheres parideiras tem a ver com a questão?
Tudo serve para distorcer a «coisa».
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