Viveram-se momentos de enorme espera.
Pessoas nas urgências dos hospitais, que demoraram muitas horas, relatos de 12 e mais, por serem atendidas.
É caso para dizer que em caso de necessidade, mais vale morrer em casa numa cama, que numa cadeira de um hospital à vista de tanta gente desconhecida.
Por estas horas, Israel ataca sem pudor, com a sua tecnologia e poder, a Faixa de Gaza.
A José Saramago
À Fundação
Permita-me enviar este email, permita que um simples desconhecido lhe escreva, mas por certo e como escreve no seu blog com o post «Um ano depois», é de uma alegria imensa que sinto nestes dias.
Tem sido para mim, e desde os meus 16 anos, e já lá vão 20 passados, uma companhia e também um farol.
Nestes tempos recentes e passados, a existência da Fundação, do seu blog e sobretudo da sua acção civica, também o «fenómeno» da recuperação e a consequente edição do livro, aproximou-o muito mais de todos. Houve mensagens muito importantes que foram passadas, como digo sempre, quem as ouve que delas faça o melhor.
Deixo esta mensagem. A mensagem do reconhecimento. Acredito que pelo mundo fora muita gente se revê nesta ideia.
Obrigado pelo ano que passou e pela forma que se obrigou a estar presente.
Sou com muita alegria,
Rui Miguel Santos
Sesimbra
“Morri” na noite de 22 de Dezembro de 2007, às quatro horas da madrugada, para “ressuscitar” só nove horas depois. Um colapso orgânico total, uma paragem das funções do corpo, levaram-me ao último limiar da vida, lá onde já é tarde de mais para despedidas. Não recordo nada. Pilar estava ali, estava também Maria, minha cunhada, uma e outra diante de um corpo inerte, abandonado de todas as forças e donde o espírito parecia ter-se ausentado, que mais tinha já de irremediável cadáver que de ser vivente. São elas que me contam hoje o que foram aquelas horas. Ana, a minha neta, chegou na tarde do mesmo dia, Violante no seguinte. O pai e avô ainda era como a pálida chama de uma vela que ameaçasse extinguir-se ao sopro da sua própria respiração. Soube depois que o meu corpo seria exposto na biblioteca, rodeado de livros e, digamo-lo assim, outras flores. Escapei. Um ano de recuperação, lenta, lentíssima como me avisaram os médicos que teria de ser, devolveu-me a saúde, a energia, a agilidade do pensamento, devolveu-me também esse remédio universal que é o trabalho. Em direcção, não à morte, mas à vida, fiz a minha própria “Viagem do Elefante”, e aqui estou. Para vos servir.
Natal
Natal. Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Por isso tenho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
Fernando Pessoa
A sigla ONU, toda a gente o sabe, significa Organização das Nações Unidas, isto é, à luz da realidade, nada ou muito pouco. Que o digam os palestinos de Gaza a quem se lhes estão esgotando os alimentos, ou que se esgotaram já, porque assim o impôs o bloqueio israelita, decidido, pelos vistos, a condenar à fome as 750 mil pessoas ali registadas como refugiados. Nem pão têm já, a farinha acabou, e o azeite, as lentilhas e o açúcar vão pelo mesmo caminho. Desde o dia 9 de Dezembro os camiões da agência das Nações Unidas, carregados de alimentos, aguardam que o exército israelita lhes permita a entrada na faixa de Gaza, uma autorização uma vez mais negada ou que será retardada até ao último desespero e à última exasperação dos palestinos famintos. Nações Unidas? Unidas? Contando com a cumplicidade ou a cobardia internacional, Israel ri-se de recomendações, decisões e protestos, faz o que entende, quando o entende e como o entende. Vai ao ponto de impedir a entrada de livros e instrumentos musicais como se se tratasse de produtos que iriam pôr em risco a segurança de Israel. Se o ridículo matasse não restaria de pé um único político ou um único soldado israelita, esses especialistas em crueldade, esses doutorados em desprezo que olham o mundo do alto da insolência que é a base da sua educação. Compreendemos melhor o deus bíblico quando conhecemos os seus seguidores. Jeová, ou Javé, ou como se lhe chame, é um deus rancoroso e feroz que os israelitas mantêm permanentemente actualizado.
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Continental Animación, GalizaO português José Saramago, vencedor do Prémio Nobel, nasceu em 1922. Celebrou o seu 86.º aniversário há algumas semanas. Menciono isto porque é raro para um romancista de 86 anos ainda escrever. Ainda é mais raro que mantenha o seu sentido de humor, como acontece com Saramago. O que não é raro para um romancista ultra-maduro é a contemplação da morte, mas Saramago é franco e directo sobre isso.
No entanto, se procuramos um lamento comum ou uma exclamação de desafio, As Intermitências da Morte não o têm. Saramago não tem medo da morte, como no seu romance de 1991, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, não tinha medo de Jesus. Ele apenas quer pensar sobre a morte, e as suas ideias são sedutoras e iluminadoras.
Saramago é uma perene surpresa. Digo “Saramago” em vez de “as novelas de Saramago” porque a surpresa perene não está nos seus enredos (embora sejam quase sempre bastante imaginativos), mas na forma como a sua mente funciona, como a sua voz, íntima e de boa natureza, mas implacável, atira uma ideia atrás de outra, lança-a para a narrativa, e continua, parecendo sempre manter o rasto do que disse antes, parecendo sempre saber para onde irá a seguir, sempre com a medida certa, sempre um passo à frente do leitor, que não consegue deixar de virar as páginas.
A premissa de As Intermitências da Morte é a de que uma pequena nação, com uma população de 10 milhões, acorda num dia de Ano Novo para descobrir que ninguém morreu. A doença mais terminal deixou de matar; os maiores ferimentos deixaram de matar. Torna-se claro quase imediatamente que todas as instituições nacionais, mas especialmente a Igreja Católica Romana, os estabelecimentos filosóficos e as casas funerárias terão de ficar sem negócio, enquanto os não muito vivos se amontoam em “lares de terceira idade” até à eternidade. O fim da morte traz consequências por todo o país.
E então uma pobre família percebe que pode transportar o avô, que está tão doente a ponto de querer morrer, e o neto, também numa fase terminal, para o outro lado da fronteira. A fronteira tem um efeito miraculoso: O velho e a criança morrem tranquilamente e são enterrados juntos debaixo de um enorme freixo. Mas então a palavra espalha-se (vizinhos metediços), e o submundo do crime assume o negócio da morte. As ramificações tornam-se internacionais.
No meio deste caos, uma carta de cor violeta aparece na secretária do director da televisão nacional, declarando que a morte voltará nessa meia-noite, mas, num acto de misericórdia, cada morte será precedida de um aviso com uma semana de antecedência, sob a forma de uma carta de cor violeta entregue aos cidadãos desprevenidos pelo carteiro. O autor destes novos procedimentos é a morte, ela própria (ela é muito minuciosa acerca da forma como o seu nome deve ser escrito com um m minúsculo).
Mas, como Saramago assinala, como qualquer funcionário entediado com o seu trabalho, a morte altera os dados sem ter lido as regras ou ter percebido o sistema.
O único ser a quem a morte deve obediência é a sua foice, que ela considera uma pessoa passiva, mas ela conduz/domina as suas forças (literalmente), faz uma incursão pelo mundo e acaba, ela própria, surpreendida.
Na sua entrevista a Saramago, para o New York Times Magazine em 2007, Fernanda Eberstadt considerou o autor “austero”. Os seus concidadãos, quando questionados, usaram as palavras frio, arrogante e antipático. Um comunista não-reconstruído numa era capitalista auto-congratulatória, Saramago continua o seu caminho e pensa as suas próprias ideias. Elas são originais e intrigantes – confirmando que, como romancista, Saramago está a fazer o seu trabalho. A visão de Saramago foi ainda mais cruel em obras anteriores, notavelmente em Ensaio Sobre a Cegueira, recentemente adaptado ao cinema, no qual uma epidemia geral leva a um Hobbesiano colapso da sociedade. Em As Intermitências da Morte, o colapso social está mais relacionado com relações sociais do que com a saúde pública. O desfecho aqui é, atrevo-me a dizê-lo, tendencialmente romântico.
Mas o prazer não está no enredo; o prazer está no avanço, frase-a-frase, do estudo do tema por Saramago. As Intermitências da Morte é a morte com outras atracções, e a tradução de Margaret Jull Costa transforma-as de forma maravilhosa num inglês espirituoso e idiomático.
No seu livro sobre escrita ficcional (ainda um bom guia, penso), Edith Warton diz que a principal tarefa de um romancista é a de pensar no seu assunto minuciosamente. Se tivesse dito também inesperadamente, irresistivelmente, profundamente e simplesmente, estaria a descrever José Saramago em As Intermitências da Morte.
Jane Smiley, 21 de Dezembro de 2008, Philadelphia Inquirer
Parece que estão a ferver ideias no cabeça alucinada do menino guerreiro, que quer tomar Lisboa. Parece uma investida à moda antiga, nas lutas contra os mouros e infieis.
Santana Lopes, que se consta já tem o seu «conto» de ideias quase pronto, irá prometer esventrar Lisboa com tuneis.
Já estou a ver, um tunel por baixo da 2.ª circular, outro na 24 de Julho, outro de São Bento à baixa, atravessando o Bairro Alto.... enfim.... alguém que o pare...
Na visita, quase secreta ao Iraque, o mais que ultrapassado presidente Bush, levou com um par de sapatos, que não lhe tendo acertado fisicamente, atingiu-o que nem uma arma de destruição poderosissíma.
Este acto foi mais poderoso que uma acção militar.
Sai do poder em desgraça, e da história pouca coisa se lhe referirá de positivo.
Voltaire não tinha agente literário. Não o teve ele nem nenhum escritor do seu tempo e de largos tempos mais. O agente literário simplesmente não existia. O negócio, se assim lhe quisermos chamar, funcionava com dois únicos interlocutores, o autor e o editor. O autor tinha a obra, o editor os meios para publicá-la, nenhum intermediário entre um e outro. Era o tempo da inocência. Não quer isto dizer que o agente literário tenha sido e continue a ser a serpente tentadora nascida para perverter as harmonias de um paraíso que, verdadeiramente, nunca existiu. Porém, directa ou indirectamente, o agente literário foi o ovo posto por uma indústria editorial que havia passado a preocupar-se muito mais com um descobrimento em cadeia de best-sellers que com a publicação e a divulgação de obras de mérito. Os escritores, gente em geral ingénua que facilmente se deixa iludir pelo agente literário do tipo chacal ou tubarão, correm atrás de promessas de vultosos adiantamentos e de promoções planetárias como se disso dependesse a sua vida. E não é assim. Um adiantamento é simplesmente um pagamento por conta, e, quanto a promoções, todos temos a obrigação de saber, por experiência, que as realidades ficam quase sempre aquém das expectativas.
Estas considerações não são mais que uma modesta glosa da excelente conferência pronunciada por Basílio Baltasar em finais de Novembro no México, com o título de “A desejada morte do editor”, na sequência de uma entrevista dada a “El País” pelo famoso agente literário Andrew Willie. Famoso, digo, embora nem sempre pelas melhores razões. Não me atreveria, nem seria este o lugar adequado, a resumir as pertinentes análises de Basilio Baltasar a partir da estulta declaração do dito Willie de que “O editor é nada, nada” e que me recorda as palavras de Roland Barthes quando anunciou a morte do autor… Afinal, o autor não morreu, e o ressurgimento do editor amante do seu trabalho está nas mãos do editor, se assim o quiser. E também nas mãos dos escritores a quem vivamente recomendo a leitura da conferência de Basilio Baltasar, que deverá ser publicada, e um seu consequente debate.
Por mais que se queira despachar este ano, parece que está dificil.
Para acerto de calendário, às 23:59:59, o segundo 59 será repetido.
Porra que o 2008 não se vai embora....
Madrid, 18 Dez (Lusa) - José Saramago reconheceu nesta terça-feira, na apresentação de "A Viagem do Elefante", na Casa de América em Madrid, que este pode ser o seu último livro. "Tenho 86 anos e estou suficientemente lúcido. (Mas) já não espero escrever muitos livros e se escrever algum é um milagre", disse. O Nobel de Literatura disse ainda que, se decidir escrever mais, gostaria que a qualidade não fosse inferior a qualquer de suas anteriores obras. O título já vendeu mais de 70 mil exemplares na Espanha. Saramago agradeceu a boa recepção à obra, escrita em 2007, enquanto lutava com uma grave infecção respiratória. "Não tenho motivos para queixar-me aqui (em Espanha) e em Portugal. Sair de uma enfermidade tão complicada como a minha e tirar forças de onde não se tem... estou contente", afirmou, emocionado. Saramago lembrou ainda um artigo que escreveu recentemente, segundo o qual os problemas causados pela crise financeira internacional são um crime contra a humanidade. "Todos sabem quem são os responsáveis, mas alguém pensa que vão parar à prisão?", questionou. "Os atentados contra a dignidade humana são tantos que não sei nem por onde começar." CMJ. Lusa/Fim
Não pode haver conferência de imprensa sem palavras, em geral muitas, algumas vezes demasiadas. Pilar insiste em recomendar-me que dê respostas breves, fórmulas sintéticas capazes de concentrar longos discursos que ali estariam fora de lugar. Tem razão, mas a minha natureza é outra. Penso que cada palavra necessita sempre pelo menos outra que a ajude a explicar-se. A coisa chegou a um ponto tal que, de há tempos a esta parte, passei a antecipar-me às perguntas que supostamente me farão, procedimento facilitado pelo conhecimento prévio que venho acumulando sobre o tipo de assuntos que aos jornalistas mais costumam interessar. O divertido do caso está na liberdade que assumo ao iniciar uma exposição dessas. Sem ter de preocupar-me com os enquadramentos temáticos que cada pergunta específica necessariamente estabeleceria, embora não fosse essa a sua intenção declarada, lanço a primeira palavra, e a segunda, e a terceira, como pássaros a que foi aberta a porta da gaiola, sem saber muito bem, ou não o sabendo de todo, aonde eles me levarão. Falar torna-se então numa aventura, comunicar converte-se na busca metódica de um caminho que leve a quem estiver escutando, tendo sempre presente que nenhuma comunicação é definitiva e instantânea, que muitas vezes é preciso voltar atrás para aclarar o que só sumariamente foi enunciado. Mas o mais interessante em tudo isto é descobrir que o discurso, em lugar de se limitar a iluminar e dar visibilidade ao que eu próprio julgava saber acerca do meu trabalho, acaba invariavelmente por revelar o oculto, o apenas intuído ou pressentido, e que de repente se torna numa evidência insofismável em que sou o primeiro a surpreender-me, como alguém que estava no escuro e acabou de abrir os olhos para uma súbita luz. Enfim, vou aprendendo com as palavras que digo. Eis uma boa conclusão, talvez a melhor, para este discurso. Finalmente breve.
O riso é imediato. Ver o presidente dos Estados Unidos a encolher-se atrás do microfone enquanto um sapato voa sobre a sua cabeça é um excelente exercício para os músculos da cara que comandam a gargalhada. Este homem, famoso pela sua abissal ignorância e pelos seus contínuos dislates linguísticos, fez-nos rir muitas vezes durante os últimos oito anos. Este homem, também famoso por outras razões menos atractivas, paranoico contumaz, deu-nos mil motivos para que o detestássemos, a ele e aos seus acólitos, cúmplices na falsidade e na intriga, mentes pervertidas que fizeram da política internacional uma farsa trágica e da simples dignidade o melhor alvo da irrisão absoluta. Em verdade, o mundo, apesar do desolador espectáculo que nos oferece todos os dias, não merecia um Bush. Tivemo-lo, sofrêmo-lo, a um ponto tal que a vitória de Barack Obama terá sido considerada por muita gente como uma espécie de justiça divina. Tardia como em geral a justiça o é, mas definitiva. Afinal, não era assim, faltava-nos o golpe final, faltavam-nos ainda aqueles sapatos que um jornalista da televisão iraquiana lançou à mentirosa e descarada fachada que tinha na sua frente e que podem ser entendidos de duas formas: ou que esses sapatos deveriam ter uns pés dentro e o alvo do golpe ser aquela parte arredondada do corpo onde as costas mudam de nome, ou então que Mutazem al Kaidi (fique o seu nome para a posteridade) terá encontrado a maneira mais contundente e eficaz de expressar o seu desprezo. Pelo ridículo. Um par de pontapés também não estaria mal, mas o ridículo é para sempre. Voto no ridículo.
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