O Centro Cultural de Belém inaugurou ontem o caminho pedonal com o nome do escritor e evocou a sua vida e obra.
"Estar a ler o meu pai é como estar a ouvi-lo falar. Porque ele escrevia como falava. Não era um homem de sim e não, era um homem que respondia, procurando sempre uma explicação", recorda Violante Saramago Matos, filha do escritor José Saramago, homenageado ontem no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
O "Dia José Saramago" marca a rentrée cultural desta instituição e como explicou António Mega Ferreira, presidente do CCB, "queria que este dia não fosse apenas uma evocação de Saramago escritor mas também da sua obra poética e do seu trabalho como editor na Estúdios Cor".
A tarde que começou com a inauguração do Caminho Pedonal José Saramago (percurso, que começa na entrada principal do exterior do CCB, termina no local exacto onde, em 2008, foi lançado o livro A Viagem do Elefante) prosseguiu com a leitura, por Mega Ferreira, de três poemas do Nobel. "Foi em 1966 que descobri Saramago, precisamente com a poesia", confessa o presidente da instituição. "Penso que é uma pena a sua obra poética ser tão pouco lida", diz ainda.
Perante uma sala cheia de admiradores, de todas as idades, do prémio Nobel, ouviam-se fragmentos de conversas em espanhol ou em português com sotaque do Brasil. E a voz de Saramago voltou a fazer-se ouvir com as leituras de excertos de diferentes obras suas. Violante Saramago Matos leu algumas páginas daquele que é o seu "livro preferido" de toda a obra do pai, O Ensaio sobre a Cegueira. Os jornalistas João Céu e Silva e João Mário Silva e o actor Pedro Lamares foram os responsáveis pelas outras leituras.
Presente na sala para recordar o trabalho de Saramago como editor estava Zeferino Coelho, responsável da Editorial Caminho, na qual o Nobel publicou toda a sua obra. E das várias histórias e memórias que vai desfiando enfatiza a "generosidade de Saramago para com os outros escritores. "Ele ia falar comigo para tentar que eu desse uma chance a este ou àquele escritor em quem ele acreditava", conta o editor. E, na sequência desta história, Mega Ferreira evoca uma feira do livro de Frankfurt, onde o Nobel "se recusou a participar num encontro com o público se na mesa não estivessem os outros escritores portugueses que se encontravam no evento".
É essa dimensão humana e cívica que faz a filha do escritor afirmar que a obra de Saramago vai sobreviver à sua morte. "Quando ainda era muito jovem, o meu filho perguntou-me: 'O avô não é bem um escritor é mais um filósofo não é?' E eu acho que é isso. A sua escrita está tão cheia de ideias, de questões, que não vai perder-se na espuma dos dias", defende.
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